Nesta entrevista a apresentadora Érica Saraiva fala da decepção com a TV Itapoan e de quando ficou chateada com a apresentadora Scheila Carvalho, por essa ter anunciado sua volta à emissora antes do tempo previsto pela TV Itapoan. A loira também fala do "Se Liga no Pida" e faz duras críticas à precariedade das produções independentes. Confira:
Coluna Holofote: O grande público acompanha seu trabalho a partir do programa “Se Liga no Pida”, que na época era na TV Itapoan. Conta para nós como você começou em programas na TV.
Coluna Holofote: O grande público acompanha seu trabalho a partir do programa “Se Liga no Pida”, que na época era na TV Itapoan. Conta para nós como você começou em programas na TV.
Érica Saraiva: Eu comecei no programa “Vídeo Jovem”, da TV Itapoan. Foi engraçado meu início na TV porque, na época, eu estava com os dois pés quebrados e recebi o convite por telefone, de um cara que eu nunca tinha ouvido falar em minha vida. Ele estava tão empolgado que teve que ir à minha casa para me conhecer. Assim que tirei o gesso, fui na TV fazer o teste para apresentar o programa, e fui aprovada imediatamente.
CH: Muito se comenta sobre a qualidade dos programas locais e principalmente dos independentes. Como você esse tipo de produção na Bahia?
ES: Eu acho que está melhorando bastante, e aí, eu posso dizer que o “Se Liga no Pida!” teve um papel importantíssimo, pois, sem querer, inaugurou uma nova cara para a produção local. Depois dele, outros programas surgiram nessa mesma linha, mostrando para o empresariado e para os patrocinadores em potencial, que valia à pena o investimento. Mas acho que há uma necessidade urgente de se profissionalizar. E quando eu falo isso, não estou aqui fazendo críticas apenas à produção independente, estou falando inclusive das produções das emissoras, que eu acho que poderiam ser mais criteriosas. Nós temos condições, sim, de fazer produções locais, com padrão de rede; e isso ficou provado com o “Bom D +”.
CH: Você diz que tem que profissionalizar em que sentido? No financeiro, no âmbito técnico ou humano?
ES: Profissionalizar no sentido literal da palavra. Contratar profissionais que tenham capacitação técnica para exercer a profissão. E eu não estou falando de um mero papel, mas, de conhecimento mesmo. Tudo bem que a referência é que vai dar um respaldo de confiança ao profissional, mas, hoje em dia muitas pessoas prestam atenção apenas na referência e esquecem da parte técnica. A todo o momento, vemos muita gente na mídia, inclusive nacionalmente, sem acabar dizendo a que veio. Não se trata de experiência, e sim de interesse no que se propôs a fazer. Parece que o foco é outro! Tem gente que consegue espaço por uma notoriedade momentânea, mas procura se preparar e se aperfeiçoar. Se você analisar a Adriane Galisteu que começou há alguns anos e a Adriane de hoje, você percebe que ela fez isso porque ela evoluiu. Tem gente que está há anos fazendo uma coisa mas parece que começou a fazer agora.
CH: Falando em programa independente, você participou durante alguns anos do programa "Se Liga no Pida". Como foi sua experiência no programa?
ES: O conceito do Se Liga no Pida já foi um gancho e tanto para que ele se tornasse sucesso. Eu e Léo respondíamos por tudo o que era feito no programa, já que a gente não tinha um diretor definido. Tudo começou meio que de uma maneira laboratorial, à la Glauber Rocha. Mas como éramos muito criativos e o dono, um cara super empreendedor, comia a nossa pilha e ousava ainda mais que a gente, o programa era sempre muito original, o que contribuiu e muito para o seu sucesso. No Se Liga no Pida, o repórter não era um mero instrumento como no jornalismo formal, ao contrário, participava do processo interagindo com os personagens. O problema foi que o Pida cresceu muito de uma hora para outra e a estrutura não acompanhou. A falta de hierarquia e de recursos, antes considerados o “charme” do projeto, começou a atrapalhar.
CH: Você se arrepende de ter saído do Pida?
ES: Outro dia eu estava pensando nisso. O que rola é uma sensação de um projeto que você ajudou a criar, porém, que não integra mais. Antes de receber o convite da emissora, eu já estava brochando com a idéia do Pida. Eu e léo levávamos o projeto muito a sério e às vezes queríamos dar um passo maior que a perna. De repente pode até não ser culpa de ninguém, porque cada um tem que encarar sua realidade, porém, você começa a querer mais e as limitações não te deixam realizar. É como um ex-namorado recente. Quando você encontra com ele, você pode não ter vontade de voltar, mas também não fica indiferente. Rola um sentimento de posse e uma coisa saudosa; do convívio mesmo.
CH: Qual sua relação com os outros apresentadores e com a equipe do Pida?
ES: Léo e Paulo são pessoas que eu quero muito bem. Eu mantenho um relacionamento muito bacana com o pessoal de lá; adoro todos.
CH: Como aconteceu o convite para você ir para a Record?
ES: A TV Itapoan já havia me convidado para ser repórter. Na ocasião, preferi ser cautelosa e aguardar algo mais a ver com a minha trajetória. Um ano depois, o então Gerente de Jornalismo Ricardo Luzbel me convidou para implantar o Tudo a Ver na Bahia. Ele havia tomado a liberdade de mandar para São Paulo uma cópia do Se Liga no Pida, e pediram que ele contratasse a apresentadora, o produtor e o diretor do programa. Como era eu quem exercia todas essas funções ao lado de Léo, Ricardo perguntou o que mais eu precisaria para reproduzir as matérias que fazia. Foi aí que indiquei o editor e o cinegrafista do Pida, indispensáveis para obter a linguagem dinâmica e descontraída característica do programa. Os dois foram contratados e estão lá até hoje. E eu ainda ancorei projetos especiais pioneiros na casa, simultaneamente ao Tudo a Ver, e, por fim, assumi o Bom D+, com o compromisso de mudar a cara do programa.
CH: Você acha que o mercado baiano está receptivo? Ainda tem espaço para as pessoas realmente capacitadas?
ES: Não depende tanto dos profissionais, mas sim, dos contratantes. Tem muita gente do ramo que se desvaloriza baixando cachê pelos motivos errados. Eu acho que tem que se trabalhar estrategicamente e com profissionalismo. Eu tenho pensado muito no mercado daqui de Salvador e me decepcionado bastante. Existe uma crítica seriíssima aos contratantes. Eles e alguns colegas de trabalho não valorizam o profissional local de comunicação. Os contratantes preferem pagar menos para pessoas não especializadas e jogar no escuro. E grande parte da mídia especializada, por sua vez, prefere prestigiar produções e profissionais de fora para não se comprometer. Isso tudo faz com que os bons profissionais saiam prejudicados, e enfraquece o mercado. Rola um pouco de provincianismo e isso não é saudável. Tem gente que não contrata o profissional alegando que a imagem da pessoa está rotulada a alguma marca, porém, isso só tem fundamento em início de carreira. Quando já se tem certa experiência e reconhecimento, as coisas que ficam com a cara do profissional e não o contrário.
ES: Espero que sim [rsrsrs]. É muito diferente você levar a vida com alguém ao seu lado. É bom quando você encontra uma pessoa e, acima de tudo, a pessoa; que é o meu caso agora. Já estamos inclusive morando juntos.
CH: É verdade essa história de que você está grávida?
ES: [rsrsrs] Eu não sei se fico triste, porque devem estar me achando gorda, ou se dou risada. Acontece que sábado passado (29/03) rolou um churrasco em comemoração ao aniversário de Léo (Pida) e aí um amigo quis descontrair e zoar, e espalhou que eu estava grávida. Juro que não negaria se fosse o caso. Mas realmente não estou grávida, até porque, nós temos outros planos, que uma gravidez atrapalharia.
CH: Voltando à TV, porque você relutou em dizer que deixaria o “Bom D+”, quando anunciaram que Scheila voltaria assim que terminasse sua licença-maternidade?
ES: Eu acho que rolou uma saia-justa porque a emissora teve que antecipar suas decisões por causa da tragédia que foi a morte do filho dela. Quando eu estava apresentando e coordenando o “Tudo a Ver”, recebi o convite para assumir o novo “Bom D+”, me desligando por completo do que vinha fazendo. Não foi dito às pessoas que estão no “Tudo A Ver” atualmente, nem a mim, que seria algo provisório. Eu jamais teria topado uma proposta sem me certificar do que seria de mim. Agora, se a essa altura, a emissora já tinha algum plano de me colocar num outro projeto caso Scheila voltasse, ou de me dispensar, aí eu não sei. Não tenho como responder pelo que foi prometido a ela (Scheila), só sei o que foi prometido a mim. Também não entrei nessa para competir pelo programa, apenas recebi um convite para apresentar o novo “Bom D+” e aceitei. Ter um programa de auditório sempre foi um sonho pra mim, porém, eu só esperava concretizá-lo em longo prazo. Não tenho mágoa da emissora, mas sim decepção porque eles criaram uma expectativa em mim e não corresponderam.
CH: É verdade que você não aceitou assumir o programa “Tudo a Ver”, após ter saído do “Bom D+”?
ES: Eu fiquei meio chateada porque Scheila só voltaria para a TV em março, e ainda no fim de janeiro, ela divulgou na imprensa que estava pronta para voltar ao “Bom D+” logo depois do carnaval. Fiquei surpresa, porque ou a TV tinha mudado de planos e eu só fiquei sabendo pela imprensa, ou Scheila estava claramente forçando uma situação. Na mesma semana, o filho dela faleceu e eu já previ o que iria acontecer, mas, pelo menos, esperava que eles me aproveitassem em outro projeto. Me surpreendeu quando divulgaram na imprensa que eu teria me recusado a voltar para o “Tudo A Ver”, ao deixar o “Bom D+”. Numa conversa informal com um dos gerentes da TV, questionei a situação do pessoal que tinha assumido o “Tudo A Ver” e também a minha, ao cogitarmos esta possibilidade, e pelo que pude ver, parece que isso repercutiu negativamente. Estava apenas preocupada com todos, inclusive comigo. Oficialmente, nunca cheguei a ser convidada para voltar para o “Tudo A Ver”. Fui informada apenas da intenção de estrear comigo o mais rápido possível um projeto ao vivo aos domingos, com portal de voz. Já no momento do meu desligamento, disseram que ainda não havia espaço na grade para o programa, o que só ocorreria em alguns meses, com o fim dos contratos dos programas concessionários, e eles não tinham como me manter até lá sem fazer nada.
ES: Depende para que, pois esse projeto do portal de voz é perigoso. Eu me lembro bastante de Adriane Galisteu e seu programa nesse estilo, que recebeu muitas críticas. Eu não teria problemas em fazer, porém, daria conteúdo e o programa teria minha cara.
CH: Quais são seus projetos para o futuro?
ES: Ainda não tenho nada específico e concreto ainda. Por causa do episódio da TV Itapoan eu fiquei bastante desiludida. Eu não vou colocar a TV Itapoan como bode expiratório, porém, confesso minha decepção. Tenho contatos maravilhosos e pretendo usá-los para conseguir me inserir no mercado novamente. Meu investimento agora vai ser principalmente fora daqui. O Atakarejo eu gravo no máximo duas vezes por mês, o que me dá mais tempo para projetos fora da Bahia. Um portal voltado para o público feminino também faz parte de meus planos futuros.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/php/holoentrevistas_detalhes.php?entrevistas=5
Entrevista feita por Rafael Albuquerque
Fotos: Glauber Mateus
2 comentários:
Que babado... tava por fora ! acho q ano q vem nao vai rolar cartaz p tv itapoan nao ahuhaua beijos!
hauahahuaahuahau...quem sabe! vamos aguardar...ela me perguntou como sabia desse cartaz...
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